Olhei, procurei e achei. Duas cadeiras à frente, uma criança com olhos de vida e portadora de uma alegria que parecia ser contagiosa, brincava com uma borboleta. Tentava agarrá-la e, de repente, o inseto voava. Continuou nessa árdua e incansável tarefa por um bom tempo.
Entendi o motivo do riso da senhora, que olhava a criança e não conseguia conter a alegria. A risada era inevitável. Como em um circo, todos desataram a rir no ônibus e minha doce companheira de assento me fitou, notando que minha polidez prevaleceu. Permaneci indiferente às gargalhadas.
A alegria nunca gostou muito de mim. Mas, por um momento, aquela senhora, aquela criança me fizeram refletir. Separadas por gerações, por décadas, mas por um instante a distancia entre elas não era superior a duas cadeiras. Unidas pela felicidade do acaso, pela força de um riso ou pela delícia de viver. Tenho certeza que essa lição jamais esquecerei.
8 comentários:
Não hà nada no mundo como um sorriso de uma criança...
Bem-vindo ao mundo dos blogueiros!
Me lembrou uma grande obra de dostoievski, " O sonho de um homem ridículo; onde, uma pequenina menina faz toda a diferença na historia... "E, não há dúvida nenhuma de que teria um tiro na cabeça nessa
noite, se não fosse por causa daquela pequenina..."
"A paz de um sorriso pode desarmar uma guerra"
;D
Gostei do post!
Me identifiquei um pouco com a estrutura dele.
=)
Nooooossa adoorei.
Lindo!
é muita bonita a sua relação com as palavras, elas parecem ter uma intimidade devastadora com vc...
Te admiro muito viu?! Um beijo
AH!!! é geisy.
Oi Caio, não sou de acompanhar blog, mas em poucos minutos me identifiquei com ele... lindo, abraço. ps.: Nem sei se lembra de mim...
Postar um comentário