sexta-feira, 31 de julho de 2009

Memória de minhas putas tristes


Recentemente terminei de ler mais um livro de Gabriel García Márquez: Memórias de minhas putas tristes. Que maestria! Ainda consigo me surpreender com o Colombiano.

A velhice tão temida por alguns, mas desejada por todos, é abordada de uma maneira singular. O amor que foi uma companhia não grata durante toda a vida , passa a ser descoberto e indispensável na senilidade. Será que a proximidade do fim o fez perceber a vivacidade de tal sentimento?

Nada estranho que o seu verdadeiro amor venha a ser encontrado dentro de um Bordel, afinal passou anos a fio por frequentá-los. E o contraponto entre a idade de Delgadina e a sua, revela que a vida a se esvair no ancião, brota na ninfa. Viver para amar ou amar para viver, no fim sempre procuramos algo que nos faça continuar.


Uma breve citação (p. 75) para demonstrar o fino trato do autor com as palavras.


"Virei outro. Tratei de reler os clássicos que me mandaram ler na adolescência, e não aguentei. Mergulhei nas letras românticas que tanto repudiei quando minha mãe quis me forçar a ler e gostar, e através delas tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados..."

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